Loja virtual

Leia também

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

A Degustação, sem Chatice e sem Frescuras – Primeira parte


Por Gilmara Vesolli - sommelière sem superolfato

Sim, esse texto é para você que tem vontade de se encolher só por pensar em uma degustação de vinhos. Afinal, fala-se de coisas a princípio inimagináveis: aromas diversos, texturas e outras coisas aparentemente perceptíveis apenas para pessoas superdotadas de sentidos. 

Serão cinco textos, postados semanalmente, para que você possa colocar em prática o que aprender. Longos, mas pedagógicos. E nada sonolentos, prometo.

Para que possamos entender a degustação, vamos destrinchá-la, observar sua estrutura e sua articulação e só depois que não houver mais segredos passaremos à parte prática. Me acompanha?



Falar em degustação de vinhos é também falar em evolução humana. Portanto vamos começar nossa jornada há milênios, quando ovos não vinham de supermercados, não existia papel higiênico e o homem andava sobre 4 patas.

Nesse tempo sem linguagem, quando supostamente falávamos apenas “uga-uga!”, sem energia elétrica ou armas de caça, o homem primitivo necessitava do olfato muito mais que de qualquer outro sentido.

Pelo nariz ele percebia a presença do inimigo, da caça, da fêmea no cio. Em uma noite do mais absoluto breu valia mais saber as diferenças sutis entre o cheiro do veado ou do leão. E também ouvir, muito bem. Ter um bom olfato significava a diferença entre a vida e a morte.

Nessa era distante estávamos com o nariz bem mais próximo ao solo onde está uma enorme parte dos cheiros, o que os tornava corriqueiros.
 

Para que você tenha uma ideia da imensa importância do olfato para o homem primitivo, o centro reponsável por sua decodificação – sistema límbico – é uma das partes mais primitivas e protegidas do cérebro. Fica localizado entre as sobrancelhas, mas muito mais para trás. É muito difícil atingir esse centro e mais difícil ainda danificá-lo. 
Acredita-se que a nossa capacidade de sentir e expressar emoções tenha se desenvolvido a partir de células olfativas. Portanto, primeiro aprendemos a cheirar e  usar nosso olfato para só então sentir emoções!



Ainda curioso?
Semana que vem tem a segunda parte do texto. Até lá!


Nenhum comentário:

Postar um comentário