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sábado, 17 de junho de 2017

As rolhas das garrafas

Poucas pessoas pensam duas vezes antes de abrir uma garrafa de vinho. Por ter se tornado tão onipresente, parece desnecessário discutir o método de como abri-lo. Na realidade, os métodos são muitos e variados. Alguns mais simples outros parecem um show de malabarismo.

Tipos de rolhas e alternativas

A grande maioria das rolhas é feita da cortiça (casca do sobreiro), mas existem alternativas para a cortiça padrão, seja por motivos financeiros, ou pela busca da qualidade e da consistência.

Cortiça natural: constituída por um único pedaço de casca de cerca de 24mm de diâmetro, aproximadamente 6mm  mais larga que a parte interna do gargalo de garrafa, mantendo-se ajustada para que a rolha não resseque e contraia. Até hoje, a rolha de cortiça natural é insubstituível como elemento de vedação/respiração. Logo, básica ao se tratar de vinhos de guarda, geralmente tintos, que devem ser envelhecidos nas garrafas e que necessitam do oxigênio, fundamental para a redução dos taninos e formação do bouquet. Neste caso, as garrafas devem se mantidas deitadas para que o vinho, em contato com a rolha, a umedeça, impedindo sua retração que afetará uma vedação adequada.

Rolha aglomerada: feita de aglomerado de cortiça cujos minúsculos pedaços desperdiçados da casca são ligados entre si por colagem. São mais baratas e geralmente mais curtas permitindo também uma produção maior.

Rolha de champagne: ligeiramente maior (31mm) é feita de três peças de cortiça coladas. O cogumelo é feito de cortiça aglomerada e a base (parte que fica em contato com a bebida) compõe-se de dois discos de cortiça sólida. O formato de cogumelo serve para que o consumidor tenha uma boa “pega” no momento da abertura.

Há duas preocupações em relação ao uso da cortiça natural para vedar garrafas de vinho. A primeira é a contaminação fúngica que resulta em sabores e aromas de mofo e papelão molhado. 

Outro refere-se particularmente a rolhas de aglomerado, já que alguns provadores conseguem identificar aroma e gosto semelhante a cola. Além disto, o fato de serem produzidas a partir de muitas cascas diferentes aumenta a chance de contaminação por fungos. 

O número de garrafas contaminadas é cerca de 5%. Por isso, alguns produtores estão optando por métodos alternativos de fechamento. Os dois principais são: as rolhas sintéticas e as tampas de rosca.

As rolhas sintéticas tentam imitar as rolhas de cortiça natural. O debate sobre a eficácia deste método baseia-se no fato de que ainda não há provas que os vinhos engarrafados com este tipo de rolha envelheçam da mesma maneira que os vedados com as de cortiça natural. Outra preocupação é a velocidade com que estes vedantes tiram a proteção de teflon das espirais dos saca-rolhas. 

A tampa de rosca é um método extremamente eficiente de vedação de garrafas com qualquer tipo de líquido. Assim como no caso das rolhas sintéticas, não há provas sobre o envelhecimento de longo prazo, por isso são empregadas, na sua maioria, em vinhos de consumo mais rápido. Apesar da eficiência na vedação, em algumas garrafas podem surgir aromas e sabores de borracha.

Curiosidades sobre a rolha de cortiça:

-   O tamanho da rolha é variável. Quanto mais tempo um vinho precisa ser guardado, mais comprida será a rolha empregada.
-   Uma rolha dura no mínimo 2 anos e pode chegar aos 50.
-   O exame do topo da rolha é importante no processo de qualidade. Uma rolha limpa é sinal de engarrafamento recente. Com o passar dos anos, a rolha torna-se mais escura e sua superfície acumula resíduos e sedimentos. Em um vinho mais velho deve-se tomar cuidado para que a rolha não contenha vestígios de vazamento, sinal de contato com o ar.
-   A rolha de um vinho bem vedado abandona a garrafa de maneira sonora, ao ser extraída.

Algumas conclusões:

Nos vinhos de consumo rápido - curta duração na garrafa, comercializados a preços mais acessíveis - a rolha desempenha um papel limitado. Neste caso, começam a ser usados materiais alternativos: rolhas de cortiça conglomerada ou de plástico, com bons resultados. Para os vinhos longevos, destinados à guarda, a rolha de cortiça ainda não tem substituto à altura. Temos produtos diferentes, com utilidades específicas. 

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